Como ja referido anteriormente neste blog, a Montanha do Pico constitui um ecossistema importantíssimo no panorama biológico e geológico da nossa região e do nosso país, sendo, por exemplo o unico local nos Açores onde se podem encontrar habitats alpinos e sub-alpinos.
Felizmente esta riqueza é protegida por lei, sendo a Montanha uma Reserva Natural e uma zona SIC da Rede Natura 2000.
Este post é exactamente ácerca de um dos "tesouros" naturais que esta montanha comporta, a Silene uniflora cratericola.
Embora muito pouco conhecida, esta é uma espécie muito importante da flora açoreana, pelo facto de esta só ser encontrada no interior da cratera-poço que caracteriza o cume da montanha do Pico.
Esta é uma sub-espécie de uma planta bastante comum, a Silene uniflora maritima, que, curiosamente, é uma planta costeira com uma amplitude biológica bastante baixa (até aos 50 metros de altitude).
Esta espécie ainda carece de um estudo mais aprofundado e o seu estatuto taxonómico ainda é um pouco incerto, mas é urgente que seja devidamente protegida (o seu estatuto de protecção limita-se às restrições da zona SIC da Montanha), pois as zonas da cratera onde se encontram os maiores núcleos, são geralmente as que são utilizadas pelos montanhistas para montar acampamento.
Esta é uma espécie muito resistente, superando os meses de inverso enterrada sob alguns metros de neve e gelo, rebentando no final da primavera (meados de Maio) e florescendo em meados de Agosto. É de salientar que mesmo em Finais de Julho/Agosto, a temperatura no cume pode subir aos 35/40ºC durante o dia e descer até aos 3/4ºC durante a noite. Durante os restantes meses do ano a temperatura de noite atinge mesmo valores negativos.
Espécie: Silene uniflora cratericola
Nome Comum: Não possui
Família: Caryophyllaceae
Distribuição: Cratera da Montanha do Pico, Ilha do Pico
Caracterização: Endémica dos Açores
Descrição: Planta glabra, até 25cm de altura, folhas lanceoladas, flores brancas solitárias ou agrupadas em 2 ou em 4. Sub-espécie de Silene uniflora maritima.
Surge esparsamente na Cratera da Montanha do Pico durante os meses de verão.
1 comentário:
ahh, agora chama-se assim... estes biólogos andam-me sempre a desactualizar-me ao nível taxonómico! ;)
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